Eu precisava era do vazio para me sentir internamente arejada e com bastante espaço para crescer.
A angústia não é um vazio, é uma corrente que se arrasta.
O vazio é uma possibilidade, uma lacuna a ser preenchida, um espaço para uma decoração nova
. Precisamos de páginas em branco
para que nasçam poemas, de recipientes disponíveis, de um coração
espaçoso, de uma alma livre, de uma mente aberta.
O vazio só existe para
os desapegados, para os que suportam e celebram o silêncio que
possibilita-nos ouvir os sussurros da intuição e não os gritos infantis
dos desejos imediatos.
O vazio é uma esperança maciça.
Ele não é apenas a
falta que nos move e motiva, mas a lembrança mais genuína de que somos
seres inacabados e que precisamos nos construir diariamente, incansável e
eternamente.
O vazio não é um abandono de si, é um reconhecimento do
eu, um convite para o Outro,
algo que deve ser preenchido
temporariamente, dentro do mesmo movimento humano de acordar sempre um
desconhecido. O vazio é uma curiosidade que ainda não foi desvendada.
É
ter braços livres para o abraço que acabará daqui a pouco,
mas que
ecoará constantemente na lembrança mais bonita.
Porque no toque intenso,
o afeto estava leve.”
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